Depois de alguns meses dedicados à adesão de municípios, a nova Rede de Cidades e Vilas que Caminham prepara-se para começar as atividades no final de Abril. O projeto, que já integra mais de 30 autarquias portuguesas, tem como missão dinamizar uma plataforma de experiências e soluções de boas práticas, assentes em programas de mobilidade sustentável, nomeadamente pedonal.
“Queremos ser uma escola de desenho do espaço público para promover a caminhabilidade e colocar em prática os melhores exemplos de políticas urbanas de mobilidade. O objetivo é servirmos de modelo, passando a palavra e contagiando os agentes ativos do planeamento e desenho da cidade. Porque acreditamos que só dessa maneira teremos cidades mais inclusivas, amigáveis e sustentáveis”, disse à Smart Cities Paula Teles, presidente do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade e fundadora da rede portuguesa.
O arranque das actividades irá acontecer no dia 27 de Abril com uma formação técnica certificada dedicada ao tema “O Espaço Público: Evolução do conceito, método de desenho e boas práticas de Portugal e Espanha”. Além de Paula Teles, terá a presença mais dois formadores, Ana Montalbán, diretora-geral da Red de Ciudades que Caminan (Espanha), e Pedro Ribeiro da Silva, coordenador da Rede de Cidades e Vilas que Caminham (Portugal).
Tal como ficou definido num protocolo assinado no final do ano passado, este é um de vários exemplos de cooperação entre a Rede de Cidades e Vilas que Caminham e a sua congénere espanhola, presidida por Miguel Anxo Lores, autarca da cidade galega de Pontevedra, unanimemente considerada como um modelo de mobilidade urbana.
O objectivo é realizar, pelo menos, três ações de formação por ano, partilhando conhecimentos com os técnicos camarários sobre diferentes temas. “Como criar zonas de coexistência, quais as melhores práticas em ciclovias ou como criar bons caminhos para os meninos irem a pé para as escolas poderão ser alguns tópicos a tratar noutros encontros, sempre com o objectivo de apontar o melhor rumo aos municípios”, revelou Paula Teles.
No plano de acções da Rede está ainda prevista a criação de um “Seminário Permanente de Espaço Público” (online), a organização do Congresso Nacional das Cidades e Vilas que Caminham, em Setembro, e a atribuição do Prémio Nacional das Cidades que Caminham.
Além do desenvolvimento de campanhas de sensibilização sobre os benefícios de caminhar e a divulgação de estudos e projectos, será também criada uma biblioteca digital, que funcionará como um reservatório de informação, com tabelas técnicas, manuais, desenhos tipo, exemplos de boas práticas e normas, acessível em exclusivo às câmaras municipais.
As autarquias que desejam juntar-se à Rede de Cidades e Vilas que Caminham podem consultar aqui o regulamento e o convénio, bem como formular o pedido de adesão.